
Texto por Jean de Oliveira
As baladas se tornaram um marco obrigatório imposto pela sociedade para relacionar e entreter a cultura jovem. Ficou estipulado que se você é novo e busca diversão, somente irá encontrar em uma boa festa.
E parece que ela se tornou uma coqueluche instantânea entre os jovens, estes que se sentem imensamente vazios (e isso inclui intelectualmente), e por isso sempre precisam de uma boa festa para se sentir preenchidos.
É fascinante como em um lugar onde não se pode desenvolver uma conversa descente, graças a musica alta (e extremamente ruim), com pessoas se esfregando devido ao resultado da constante: superlotação + ambiente pequeno, homens babando em cima de mulheres (igualzinho no Animal Planet), falta de educação, dentre outros fatores mais, sobrando como única alternativa o consumo de bebidas alcoólicas para tentar aventurar-se em um romance que provavelmente durará apenas uma noite (afinal quem vai à balada para encontrar o grande amor da sua vida?), possam se ajuntar as mais diversificadas variantes de pessoas com os mesmos (decadentes) propósitos de vida.
A grande maioria dos seres que habitam esses lugares são de extrema promiscuidade, pois se analisar a personificação do baladeiro, independente de ser homem ou mulher, concluir-se-á que essas pessoas se preocupam somente com sua imagem narcisista, com seu desejo permanente de se sentir engrandecido, à medida que adquire e possui coisas - no caso, "conquistar" alguém na balada; ou a necessidade constante de admiração alheia.
Agora passamos para os estereótipos de grupos figurantes deste antro.
Iniciamos com o grupo dos homens. Este que chegam à frente da selva, digo balada, com um carro superlotado de seres do mesmo sexo, se preparam com os tão bem falados "esquentas". São liderados por um típico otário com uma garrafa de Sprite misturada com algum destilado na mão, bebendo para mostrar que ele é o bêbado da turma. Junto com outros infelizes asnos, berrando e rindo alto para chamar atenção, e mais alguns bebendo cerveja para completar a trupe dos imbecis.
Aí eles fazem uma rodinha e se fixam em um local, sempre com a garrafinha de long neck na mão, soltando uns passos desajeitados, fingindo que curtem a música (na real nem sabem o que está tocando) quando na verdade estão de olho em algum sinal feminino de alguém que se interesse por eles. Coisa essa que não acontece.
A noite vai passando e o desespero para "pegar" alguém aumenta, é ai que vem os tiros para cima das muito feias mesmo.
Começam então com os primeiros ataques, com aqueles olhares sedutores que eles viram o cara da novela fazer, usando o tradicional “oi tudo bem”, “qual seu nome”, "você é muito linda" e o cafonérrimo “oi, você vem sempre aqui?”.
Enfim, o acervo completo de cantadas de um genuíno babaca, digo baladeiro padrão, para falar pra toda mulher, que por sua vez, os rejeita de qualquer jeito.
Uma coisa que me deixa indignado é que eles nunca percebem que só pelo fato de freqüentar uma balada, já saem no prejuízo (tanto financeiro quanto emocional). Pois se for descontar a grana da entrada, consumação e se no final se der bem, ainda vai ter que gastar com motel, caso contrário, aquelas doses de vodka que pagou R$ 10,00 cada para ficar bêbado e se aventurar com alguma mulher (que o rejeitou, obviamente), irão provocar uma enorme ressaca no dia seguinte, fazendo-o vomitar e suar feito um porco a espera do abate, para que quando finalmente se sinta melhor, já chegou outra noite de festa e os estúpidos retornam, fazendo esse mesmo ciclo diversas vezes. No caso de falta de grana, o romântico banco de trás do carro ou a boa e velha moita resolvem o problema.
Infelizmente isso ocorre seguidamente, sendo esse o retrato mais fiel dos homens patéticos das baladas que já pude ver. Posso até lhe garantir que já presenciei e sou testemunha ocular disto.
Em seguida vem o grupo das garotinhas que acabaram de completar 15 anos e acham que são adultas. São aquelas que passam o dia inteiro lendo Crepúsculo e assistindo Malhação ID. Vão para as festas tentando imitar as mulheres que elas assistem nesses seriados chatíssimos que passam na TV a cabo. Essas não duram muito, pois a mamãe não deixa ficarem até tarde. Porém o tempo em que passam lá é mais que necessário para provar o quão acéfalas são, rindo e falando alto, soltando gritinhos temerosos, tudo para chamar a atenção, para mostrar o quão divertidas e “descoladas” são. Até que voltam pra casa (no carro da mãe que tem que ir buscá-las) para continuar a ler Crepúsculo, ou brincar de que é a namoradinha de algum garoto do colírio da Capricho, com as amiguinhas que vão dormir juntas.
E por último, mas não menos importante, vem o grupo das mulheres, seres cujo único princípio é para achar alguém que massageie seu ego e alimente a sua imagem, inundando-as de elogios (que serão por elas ignorados).
Ficam na fila cheias de si, com aquela cara de mau humor, todas produzidas (afinal, em uma balada, quem se interessa por beleza interior?), sabendo que todos os homens do lugar querem comê-las, e que elas vão esnobar, pois são as superiores do local.
Quando algum homem chega nelas, elas adoram dizer "só vim pra dançar". O que me faz pensar que pra dançar tem mesmo que se produzir, escolher roupa, colocar um salto, fazer chapinha, ficar socada num lugar entupido de gente, suar por todos os poros e ir embora toda suja e com o cabelo alvoroçado carregando o salto na mão? Ligar um som e dançar em casa, é uma possibilidade jamais cogitada.
Mas a verdade é que elas estão ali para atrair os machos e terem seu ego inflado quando passarem pelo grupo do babaca com a garrafa de Sprite e seus amigos, e verem eles chuparem os dentes tentando demonstrar excitação. Então eles chegam com suas deprimentes cantadas (que já citei acima) e pagam diversas bebidas a elas, que por sua vez, ficam se fazendo de difícil, para o cara pensar que se trata de uma garota de respeito. Quer se dar ao valor pensasse nisso antes de sair de casa, pois agora já é tarde, e até seres de completa carência intelectual, como a trupe dos imbecis, sabe que elas estão ali porque querem homem, estando tão necessitadas quanto eles.
Em seguida, as mulheres vão pra casa com o ego lá em cima, felizes, contentes por tantos olharem pra elas, e menos pobres por não pagarem tanto, prontas pra outro dia na sua vida. Já os idiotas, que se no caso, o papai tiver dinheiro, ele é então um "bacana", daí tudo bem, não irá fazer falta nenhuma, pois semana que vem ele receberá outra mesada. Agora se você é um sujeito que ganha um salário de R$ 465,00, e semanalmente comete essas atividades, sinto muito meu amigo, mas você é um imbecil. Por isso acho que uma balada pode ser considerada como um cassino: ambos são lugares onde você gasta todo seu dinheiro, e as chances de sair frustrado são grandes.
Este é o real e deprimente itinerário de uma balada, ainda que certos fatos eu nem citei, como os animais que começam a brigar lá dentro para mostrar que são os machos da floresta, ou então o raciocínio desses pseudo-sedutores, que chegam para uma mulher desconhecida que nunca viram na vida, e dizem coisas do tipo: "você é a mais gata da festa, quando eu te vi, percebi que precisava ficar com você".
Isso também mostra que a mulher em nossa cultura contemporânea deixou de ser a companheira, passando a ser objeto do homem. Neste caso ela mesma é a responsável pelo seu caos particular, pois se desvaloriza cada vez mais, freqüentando essas festas e concordando com a condição de objeto, aceitando as cantadas mais ridículas de um cara, que até elas sabem, tem como único desejo possuí-las por uma única noite e nada mais.
Portanto se você cedeu alguns preciosos minutos da sua vida lendo isso, pode estar pensando que eu sou um tipo de tradicionalista-moralista. Não, sou apenas um cara com algum resquício de senso crítico, indignado com essa geração que foi morta por uma overdose de estupidez, alguém que acha que a mulher deve ser tratada com respeito, e não como uma fruta (por mais que algumas prefiram e vivam assim) que você come e depois joga fora.
Mais até que chegue o dia em que essas ilusórias patricinhas percebam que perderam os caras legais para as mulheres inteligentes e maduras, elas não começarão a mudar. E até então, nossa sociedade intelectualmente medíocre continuará sendo o paradigma dominante de si mesma.
Puta que pariu...
ResponderExcluirÉ disso que eu gosto...começar o blog entrando de sola na canela machucada...
Parabéns rapaziada tá 10 o blog viu!
É esse tópico mostrava a minha antiga realidade...
ResponderExcluirNem tinha um salário mas não podia perder uma baladinha.
Realidade Juvenil essa...
Fazer o que?
Ta mto massa esse jean